A década de 1960 é marcada por uma conjuntura de protecionismo do governo para com a indústria nacional. Neste contexto, o Dr. Paulo Lobo Peçanha, seu filho, e sua talentosa equipe, buscam desenvolver novos produtos e soluções para trazer o melhor à indústria. Até o início da próxima década, todos os equipamentos fabricados pela Combustol são desenvolvidos com tecnologia própria.
A década seguinte é marcada pelo “Milagre Econômico”, muitas empresas multinacionais adentram o Brasil, os mercados interno e externo exigem novos avanços tecnológicos, e a concorrência se acirra. Então, a administração da Combustol percebe uma grande oportunidade na incorporação de know-how estrangeiro.
Em 1970, o grupo assina contrato com a empresa americana IPSEN Industries para o fornecimento de fornos industriais automáticos de tratamento térmico com atmosfera controlada. A partir desse momento, inicia-se um consórcio de tecnologia com todas as subsidiárias internacionais da multinacional. Nesse mesmo período, ocorre a primeira exportação de estanho do Brasil, um marco concretizado pelo Grupo Combustol e Metalpó e o Grupo Marmoré Mineração e Metalurgia.
Com a abertura da economia brasileira para o mundo, o governo passa a criar planos de incentivo e empresas estatais para impulsionar a produção da indústria nacional. No ano de 1973, foram criados a Siderbrás - empresa estatal do setor siderúrgico nacional - e o Plano Siderúrgico Nacional (o governo visa incentivar a indústria nacional, com o objetivo do aumento da capacidade produtiva brasileira de 20 milhões de toneladas, até o ano de 1980).
A Combustol, como sempre ao buscar a excelência, e ao visar novas oportunidades, desenvolve tecnologias específicas para a produção de fornos siderúrgicos e dá início ao fornecimento de equipamentos para grandes projetos de produção de aço. Nesse período, o grupo abrange um centro de treinamento térmico que, devido à alta demanda do mercado, se transforma em um laboratório, até que no ano de 1975, se amplia para uma nova Divisão de Tratamentos Térmicos. Esta é criada para atender à quase todos os diferentes tipos de tratamentos térmicos, e prestar serviço à indústria com os melhores padrões de qualidade e tecnologia.
Divisão de Refratários é igualmente originada neste período, todos os processos industriais, que se utilizam de calor tem neles presente os refratários. Esse mais novo departamento busca abastecer os mercados nacionais e internacionais de peças com formatos ou aplicações especiais, possibilitando resistência e estabilidade mecânica e química.
Outros importantes marcos do período são: a Metalpó torna-se a principal produtora de pós atomizados e peças sinterizadas do Brasil, além de um grande fornecimento de fornos realizado pela Combustol, para atender o Programa de Aço Silício, da Acesita. Em parceria com a Eletric Furnace, o grupo entrega três fornos contínuos com soleira de aço silício de grão não orientado com espessuras diversas; ademais de dois fornos contínuos com soleiras de rolos destinados a descarbonetação e de secagem de carlite.
Neste momento de intenso crescimento industrial brasileiro, o Grupo Combustol decide realizar um grande investimento na Divisão de Tratamento Térmico, com o objetivo de desenvolver processos próprios de engenharia e para concretizar a construção de um forno a vácuo. Outro passo inovador realizado é a adoção da utilização de geradores endotérmicos a álcool em sua fábrica, transformando fornos a óleo em elétricos.
A empresa Metalpó lança novos produtos para o mercado como o pó de bronze esférico para filtros industriais e o pó de latão. Com o seu desenvolvimento, a empresa chega ao ano de 1979 com a produção anual de 2.500 toneladas de pós e 75 milhões de peças sinterizadas.
A década de 1980 é marcada por períodos de crises econômicas no Brasil, mas isso não impediu o crescimento da Combustol. A organização entrega mais de 100 fornos contínuos de atmosfera controlada para grandes empresas como CSN, VIBASA (empresa do grupo Villares produtora de peças fundidas de aço de grande porte) e Acesita. A empresa também produz o primeiro forno à Vácuo de Parede Fria com capacidade de atingir até 1320º C.
Os produtos da Combustol eram amplamente divulgados e conhecidos pelo mercado através de anúncios, com um estilo de propaganda muito criativa e bem dirigida. Lembra-se que em março de 1980 era anunciada em um jornal de grande circulação a seguinte notícia: “O Forno a vácuo Combustol vai mostrar em que grau tecnológico nós estamos! De agora em diante, ferramentas e matrizes podem ter a sua vida útil duplicada com um custo compatível aos processos convencionais. Mas se você é do tipo que precisa ver para crer, o Forno á vácuo Combustol está em exposição na 13º Feira da Mecânica Nacional. Mais uma prova de que nossa capacidade não é fogo de palha”.
A Combustol, em sua busca contínua por inovações tecnológicas inicia em 1982 um processo inédito de tratamento térmico, o SCN ou (sulfocarbonitretação gasosa) em fornos especiais. Também são produzidos pela empresa: uma linha de queimadores, unidades de aquecimento, bombeamento, tomada aquecida para taques, e quadros de comando e controle para a utilização de óleo pesado na indústria. Além disso, é fornecida para a Alcoa, uma série de equipamentos para a produção de alumínio.
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