Produto novo. Material novo. Não, novo não, mas de uma corrida nova. Distorceu. Trincou. Hora extra. Eu tinha um jantar hoje. Vai atrasar a entrega. Deu prejuízo. E se eu for pra casa, vão me ligar. Amanhã eu vou rezar antes de chegar. Que as peças tratadas não tenham apresentado defeitos. É refugo? Será que dá pra endireitar?
Entre os dois tipos de tratadores térmicos, sendo eles os cativos e os prestadores, existe uma tendência de maior sofrimento para a realização do processo do tratador térmico prestador. Seja um eixo, uma engrenagem, um tubo, um disco, um conjunto soldado ou outra peça qualquer, ter o controle integrado de todo o processo (cativos) tem seus benefícios em relação a condições de processos estratificados (prestadores). Entretanto, o processo estratificado, terceirizando as etapas de fabricação, incluindo o tratamento térmico, é realizado por viabilizar economicamente todo o negócio.
Não estou dizendo que os cativos não possuem defeitos, mas apenas dizendo que o prestador precisa dar mais “pulos” para entregar o produto dentro das especificações. Consideremos uma peça qualquer, como por exemplo o disco mostrado na Fig. 1. Trata-se de uma peça delgada e altamente susceptível a distorções, especialmente se cementada e temperada.
São inúmeros os fatores que influenciam na qualidade dimensional pós tratamento, incluindo composição química, homogeneidade microestrutural, parâmetros de forno, perfil da camada cementada, temperatura de austenitização, tamanho de grão austenítico, características da carga a ser tratada termicamente, meio de resfriamento, agitação do banho, temperatura do banho, entre outros.
Mas será que não é possível estabelecer uma metodologia para a redução de defeitos no tratamento térmico sem a necessidade de se ter que descobrir os problemas em tryout ou, normalmente, durante o próprio processo de tratamento térmico? Será que não é possível deixar o processo mais robusto, absorvendo as variáveis de entrada e eliminando ou reduzindo os defeitos nas peças? Ou será mesmo que uma das opções do tratador, a cada novo lote de material e peças, é contar com a ajuda dos deuses do tratamento térmico?
Através da simulação computacional é possível variar as condições e os parâmetros de processo, encontrando tendências de redução dos defeitos. Um defeito típico de discos temperados está mostrado na Fig.2 (a). As condições de processo foram alteradas virtualmente, resultando na peça mostrada na Fig. 2 (b). Assim, a mesma tendência de redução de defeito pode ser obtida na prática, implementando-se as mesmas modificações consideradas na simulação.
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